O comunicador Fabiano Gomes usou o seu blog, Blog do Gordinho, para repercutir sua fala sobre o processo que responde a acusações do empresário Eduardo Carlos. O radialista reproduziu seu comentário feito no radiofônico Correio Debate nesta quarta-feira (30). Veja:
Foram vários, muitos os telefonemas e mensagens que recebi de ontem para cá. Todos curiosos para ter mais informações sobre a sentença da respeitosa Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, da qual fui alvo ontem e desde então serviu de pólvora para a pirotecnia de todos os veículos do grupo Paraíba de Comunicação, dirigido pelo senhor Eduardo Carlos.
Dela, faço questão de tratar aqui, como sempre fiz nesse programa. De peito aberto, sem arrodeios, direto ao ponto.
A Câmara me condenou à prestação de serviços comunitários. Transformou uma pena de primeira instância que tinha como pedido a minha prisão.
Mas, qual crime cometi? Você deve estar se perguntando aí do outro lado do rádio.
Calúnia e difamação foi o enquadramento dado pela poderosa banca de advogados do doutor Eduardo Carlos.
Calúnia e difamação por nesses microfones ter tratado sem firulas, sem script e sem texto prévio, de denúncias que envolveram o Grupo São Braz, pertencente também ao empresário.
Estrategicamente, os veículos do senhor Eduardo Carlos fazem questão de omitir o contexto do processo e das acusações. Certamente, porque elas não são confortáveis.
Foram duas: aquela famosa dívida da empresa deletada pela Receita Estadual no governo Maranhão, que virou alvo de apuração no Governo de Ricardo Coutinho e no Conselho de Recursos Fiscais do Estado, e uma entrevista que fiz aqui nesse programa com um ex-motorista da empresa que trouxe detalhes de como, supostamente, funcionava a engrenagem do grupo para evitar o pagamento de impostos em cargas de alimentos.
Entrevistei e comentei. Citei o nome do empresário. Fiz o meu dever de comunicador. E isso provocou ira, ranger de dentes e deu origem a uma grande caçada jurídica contra mim.
Eduardo Carlos diz nos bastidores com quem conversa – não sossega enquanto não me ver na cadeia. Não descansa enquanto não noticiar na sua TV, no seu jornal, nos seus portais e nas suas rádios, a minha prisão.
Pra isso, ele não tem medidos esforços e nem investimento. Afinal, dinheiro não lhe falta. Poder, muito menos.
É uma luta desigual. Um milionário de berço contra um simples radialista, filho adotivo de agricultor, vindo de Cajazeiras e desprovido do aparato que sobra a Eduardo Carlos.
O que disse em juízo volto a afirmar: não caluniei, não difamei.
Nunca entrei na vida pessoal dele, nunca fiz insinuações sobre a sua intimidade ou preferências. Nunca me referi a situações e nem dramas familiares. Nunca fiz qualquer comentário jocoso sobre sua excêntrica personalidade, como até os que lhe incensam fazem na sua ausência.
O que disse foi de público, me pronunciei sobre o dirigente empresarial, não do cidadão, do filho, marido ou pai. E o senhor, Eduardo Carlos, sabe exatamente do que estou falando. E imagino que a Paraíba bem informada também.
Mas, Eduardo não quer apenas tolher o direito de livre expressão da imprensa e dos paraibanos sobre fatos que envolvem seu nome ou suas empresas.
Ele quer mais. Ele anda de gabinete em gabinete, paga caríssimas fortunas aos seus advogados com um só objetivo. Para sua retaliação ser completa não basta uma condenação e prestação de serviços comunitários. Para sua represália satisfazer o seu ego, seu orgulho e ser proporcional ao tamanho que julga ter, eu tenho que ser preso.
Sim, é o que vocês ouviram. Doutor Eduardo só sossega, só dorme em paz ou se sentirá plenamente atendido em seus propósitos, quando me botar na cadeia.
Para tanto, seus advogados usaram uma artimanha. Pegaram o mesmo fato e dividiram em oito processos. A armadilha é tentar a todo custo, custe o que custar, me tirar da condição de réu primário e assim consumar a sua vingança.
Uma coisa tenho que reconhecer. Doutor Eduardo é muito sagaz. Enquanto me processa e enche de tinta o seu jornal com minha fotografia, atacando inclusive o Sistema Correio, a empresa que tem me acolhido por seis anos, jura não precisa explicar à Paraíba, à Receita Estadual e muito menos à Justiça as denuncias que pesam contra seu grupo empresarial.
Assim, o senhor ofusca a multa de sete milhões que sumiu dos arquivos do Tesouro do Estado e não precisa responder a nenhum inquérito ou mera sindicância sobre tudo o que um ex-funcionário seu disse de viva voz.
Esse assunto caiu no esquecimento. Como era de se esperar, ficará por isso mesmo. Afinal, para quem tem o poder que o senhor tem não é difícil peitar órgãos públicos, desacreditar a palavra de um ex-funcionário e calar um simples radialista.
Confio na Justiça. Apelarei a ela até onde for possível e preciso. Mas saiba de uma coisa: o senhor não me aprisionará no medo e na covardia. Se sua sanha é me prender, saiba que não há grades que consigam amordaçar a coragem e nem silenciar a verdade. Um dia ela aparece. E cadeia nenhuma conseguirá sufocar.
Fabiano Gomes
Política&etc
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