Com a possibilidade real de Manoel Junior (PMDB) ser impedido de manter dois mandatos eletivos simultaneamente, deputado federal e vice-prefeito, as chances do presidente da Câmara Municipal virar prefeito em 2018 dificultam um acordo entre Durval Ferreira (PP) e Marcos Vinicius (PSDB) na disputa pela presidência da Casa.
Acontece que intimamente o deputado Manoel Junior nutre o desejo de permanecer na Câmara Federal nos primeiros anos da próxima gestão, mas ele foi eleito vice-prefeito de João Pessoa. Para equalizar esta matemática, o deputado esta fazendo consultas jurídicas para tentar encontrar brechas na legislação e, assim, manter seu mandato na Câmara e na Prefeitura, mas há possibilidade de que o sonho de Manoel não se concretize, sendo assim, o indicativo dele optar pelo mandato federal é imensa, pois, mesmo o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) sendo hoje um dos mais cotados para disputar o Governo do Estado em 2018, não há como precisar se Cartaxo deixará a PMJP para entrar na briga estadual e a incerteza é cruel para o deputado.
Para disputar o Governo, Luciano teria que abrir mão do mandato em João Pessoa no primeiro semestre de 2018, dando o comando para seu sucessor até 2020. Acontece que na linha sucessória do prefeito estão o vice e o presidente da Câmara respectivamente.
Caso Manoel Junior fique com o mandato federal sem conseguir manter o municipal, caberá ao presidente da Câmara substituir o prefeito e isso acirra ainda mais a disputa de Marcos e Durval.
Um acordo formulado por Cartaxo já teria sido proposto para que Durval dividisse o comando da Casa com Marcos, mas o tucano está irredutível e não abre mão de comandar a CMJP no primeiro biênio da próxima legislatura e a posição de Durval não é diferente.
A disputa tem dividido a base aliada de Cartaxo, o que o prefeito menos quer, já que terá uma oposição ampliada e mais articulada a partir de 2017, mas a famosa ‘expectativa de poder’ anima os dois governistas a permanecerem firmes na batalha.
E eu que pensava que a presidência da Câmara envolvia apenas o prestigio de comandar o legislativo municipal e administrar R$ 58 milhões por ano.
Écliton Monteiro
@politicaetc