As escolas municipais só voltaram a receber alunos para atividades presenciais em 16,2% das cidades brasileiras neste ano. Na maior parte delas (15,1%) as aulas ocorrem de forma híbrida, ou seja, com parte dos alunos ainda em casa. Em apenas 1,1% as aulas são totalmente presenciais.
Os dados são de pesquisa feita pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), com apoio do Unicef e do Itaú Social, entre os dias 15 de junho e 9 de julho.
O levantamento, divulgado nesta quinta (22) identificou a situação das escolas em 3.355 redes de ensino, que representam 60% dos municípios brasileiros, e juntas são responsáveis pela matrícula de mais de 13 milhões de estudantes.
O Brasil é um dos países do mundo em que as escolas ficaram fechadas por mais tempo durante a pandemia. Desde o início da crise sanitária, especialistas alertavam que os municípios, por terem menos recursos financeiros e técnicos, teriam maior dificuldade para lidar com os novos desafios educacionais.
Responsáveis pela maior parte das matrículas na educação básica (48,4%), as redes municipais não receberam apoio do governo federal para o retorno às atividades presenciais. Apesar da falta de ações de coordenação e ajuda financeira, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, fez um pronunciamento em rede nacional na noite de quinta (20) para pressionar estados e municípios pela reabertura das escolas.
Além de não terem retomada as aulas presenciais, 43% dos municípios afirmou ainda não ter conseguido concluir o protocolo sanitário para o retorno dos alunos às escolas.
“É urgente que as escolas tenham seus protocolos de prevenção implementados e possam retomar as atividades presenciais de forma segura em agosto. Para isso, é imprescindível que os governos federal, estaduais e municipais trabalhem de forma articulada”, disse Ítalo Dutra, chefe de educação do Unicef.
@politicaetc