A ala de deputados capitaneada por Jair Bolsonaro (PSL) se mobilizou hoje para trocar o líder do partido na Câmara e teve êxito.
Em meio às tensões na bancada, 27 dos 53 parlamentares protocolaram um pedido para destituir o atual líder, Delegado Waldir (PSL-GO), e substituí-lo por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
A movimentação teve interferência direta do presidente da República, segundo revelou a colunista da Folha, Mônica Bergamo. O presidente Bolsonaro se reuniu com deputados ao longo do últimos dias para discutir alterações no comando da sigla e propor o filho num mandato tampão até dezembro.
A documentação foi entregue pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO).
Ao longo do dia, pelos corredores da Câmara, os dois grupos faziam reuniões constantes para definir estratégias internas e ampliar os aliados de cada lado.
“Vai haver uma checagem da assinaturas [pela Câmara], na sequência passa-se à chancela do presidente da Câmara e o secretário da Mesa [Diretora] dá ciência para todo mundo”, disse Vitor Hugo.
O deputado Eduardo Bolsonaro, que recentemente assumiu o diretório de São Paulo, disse que inicialmente não queria ser líder.
“[Sou] o nome que tem a maior convergência entre os deputados. A minha intenção é apenas manter o status quo. Muitos deputados foram retirados de comissões e estava parecendo que estavam fazendo política com o fígado”, disse Eduardo.
A crise do PSL se agravou na última semana. Sem saber que estava sendo transmitido ao vivo, no último dia 8 Bolsonaro disse para um apoiador “esquecer o PSL” e afirmou que Luciano Bivar, presidente do partido, estava “queimado pra caramba”.
Nos dias seguintes, nomes do partido saíram em defesa de Bolsonaro ou de Bivar, mostrando que havia um racha.
Como pano de fundo, ambições políticas, disputa pelo controle do dinheiro do fundo partidário e a influência dos filhos do presidente.
Ontem, a situação se tornou mais crítica com operação da Polícia Federal para investigar o esquema de candidaturas laranjas do PSL. Bivar foi alvo.
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