Novas atualizações dos levantamentos feitos pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), comprovaram que o número de vagas de trabalho com carteira assinada criadas em 2020 foi 46,82% inferior ao anunciado em janeiro pela equipe econômica do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo levantamento feito pelo órgão.
A atualização, que aconteceu das revisões apresentadas pelo Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), derruba de 142.690 para 75.883 o número de vagas formais abertas ao longo dos 12 meses do ano de 2020. Na época, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a destacar o fato como “uma grande notícia”, e atribuindo ao fato a criação do o Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda (BEm), criado pelo governo federal durante a pandemia de Covid-19.
Não apenas os dados de vagas formais abertas foram revisados, como também o número de demissões, que acabou interferindo sobre as estatísticas de vagas formais. Foi registrado um 2,2% maior de demissões (de 15,023 milhões para 15,361 milhões) e apenas 1,8% superior de admissões (de 15.023.531 para 15.361.234) após a inclusão das revisões nos cálculos oficiais.
A maior discrepância registrada entre os dados divulgados pelo Caged e posteriormente atualizados, de 177,2%, foi apurada em junho. No período, foi comunicado que o país havia cortado 10.984 postos formais de trabalho, mas, na verdade, a perda foi ainda maior, de 30.448 vagas. A principal diferença foi contabilizada em abril, quando ocorreram 963.703 demissões a mais do que contratações com carteira assinada, número que traz 103.200 mais perdas em relação aos 860.503 cortes inicialmente anunciados.
O Ministério do Trabalho e Previdência, pasta agora responsável pela divulgação dos dados do Caged, enviou comunicado afirmando que as diferenças levam em conta as declarações feitas pelas empresas fora do prazo, e que o processo pode reduzir ainda mais o saldo final de empregos criados no ano passado, e que até dezembro de 2021 podem ser incorporados dados que podem impactar o saldo de 2020, segundo destacou a nota enviada ao portal.
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