A nova constatação da falta de acessórios cirúrgicos e medicamentos anestésicos no Complexo Hospitalar de Mangabeira, em João Pessoa, voltou a ser criticada pelo deputado federal Ruy Carneiro (PSC), que cobra medidas emergenciais para solucionar a questão.
De acordo com o parlamentar, a falta de compromisso da gestão municipal vem colocando em risco a vida da população na capital. “É um absurdo a forma que a prefeitura vem tratando a saúde do município. Toda semana os órgãos de fiscalização identificam graves denúncias nas mais diversas unidades de saúde de João Pessoa. O Trauminha é um hospital de referência no segmento ortopédico e quando você não consegue garantir itens básicos, como medicamentos e materiais cirúrgicos, é a vida da população que está em jogo.”, defendeu Ruy.
A fiscalização foi realizada nesta segunda-feira (3), pelo Ministério Público da Paraíba e o Conselho Regional de Medicina da Paraíba. A ação foi conduzida pela promotora de Justiça da Saúde da Capital, Jovana Tabosa, e pelo diretor de fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza. Na ocasião, o MPPB também requisitou informações sobre as cirurgias que foram canceladas nos últimos meses e os motivos do cancelamento.
“Nós recebermos uma denúncia de que estariam faltando diversos insumos e medicamentos no hospital e durante a fiscalização ficou comprovado o desabastecimento desses itens elencados. Foram inspecionados a farmácia central e o bloco, onde foi constatada a ausência ou quantidade mínima de medicamentos como propofol, etomidato, cetamina e outros medicamentos de uso anestésico, além de insumos como cânula de guedel. Esses materiais são imprescindíveis para a realização do ato anestésico.”, denunciou a promotora de Justiça da Saúde da Capital, Jovana Tabosa.
De acordo com a promotora, a direção da unidade terá 48 horas para providenciar e regularizar a situação dos acessórios para a sala de recuperação pós-anestésica e sala de observação. Em relação ao desabastecimento dos insumos e medicamentos, o prazo para a reposição dos materiais foi o dia 15 de maio.
Só no ano passado, o Complexo Hospitalar de Mangabeira passou por sete fiscalizações do CRM-PB, realizadas após denúncias de falta de lâmina de bisturi, luvas de procedimento, fios de sutura, cateter intravenoso, dentre outros. No mês de agosto, a unidade chegou a ser interditada eticamente por conta de 16 problemas graves. De acordo com a fiscalização, faltavam médicos na escala, medicamentos básicos, materiais cirúrgico, maca para examinar pacientes e pacientes com cirurgias infectadas ficam no mesmo local que os pacientes com cirurgia limpa.
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