A deputada estadual e pré-candidata à prefeitura de João Pessoa , Cida Ramos (PT), enviou uma carta à direção nacional do partido, rejeitando a inclusão de seu nome em qualquer pesquisa para definir o candidato ou candidata da legenda à prefeitura nas eleições de 2024. Em entrevista nesta segunda-feira (10), Cida afirmou que mantém sua pré-candidatura, mas se recusa a participar de qualquer consulta interna promovida pelo PT.
Na carta, Cida explicou os motivos de sua decisão, destacando o desrespeito do também pré-candidato Luciano Cartaxo (PT), às regras e prazos estabelecidos pelo partido para a escolha do candidato. Ela criticou a postura de Cartaxo, que indicou o instituto responsável pela pesquisa de avaliação dos pré-candidatos em João Pessoa, indo contra as normas partidárias e desrespeitando as instâncias locais do PT.
Diante desses acontecimentos, Cida Ramos afirmou que não autoriza a inclusão de seu nome em qualquer pesquisa interna do PT. Ela reforçou seu compromisso com o projeto do partido, ressaltando a importância do respeito às instâncias e deliberações partidárias. A deputada salientou que confia no PT, mas não aceita ser desrespeitada nem permitirá que desrespeitem os dirigentes do partido na Paraíba e em João Pessoa.
Confira carta na íntegra:
Aos membros do Grupo de Trabalho Eleitoral PT-DN:
Continuo a acreditar no projeto de defesa da democracia que o PT lidera no Brasil, hoje, e na democracia interna que transformou o PT numa referência de democracia partidária avessa ao poder de coronéis da política. Foram essas convicções e com o amplo apoio da militância do PT de João Pessoa que me levaram a lançar meu nome a disputa pela Prefeitura de João Pessoa.
Durante o percurso entre o lançamento de minha pré-candidatura e a escrita dessa carta, tenho orgulho de dizer que segui todas as regras e prazos partidários e aceitei todas as decisões provenientes das instâncias superiores do Partido dos Trabalhadores. Aceitei que as regras estabelecidas pelo Diretório Nacional que definem, sem subterfúgios, que a escolha das candidaturas à prefeitura seria feita com base em parâmetros que incluem um momento de necessária e imprescindível consulta aos filiados e dirigentes do partido, em todas as cidades e em João Pessoa, através de prévias, caso não haja acordos entre os pré-candidatos postulantes ao cargo de Prefeito.
Porém, em nossa cidade, o outro postulante se negou a aceitar as regras consuetudinárias que transformaram, historicamente, o PT em exemplo de democracia partidária no Brasil. Desistiu das prévias e depois buscou, surpreendentemente, um sinuoso protocolo visando se transformar em candidato do partido, mesmo sem o apoio das instâncias locais e da maioria da militância do PT.
Ainda assim, fracassado o primeiro processo de escolha, aceitei a realização de um novo processo, qual seja, a abertura de um prazo excepcional para que ele se inscrevesse e novas prévias se realizassem. Novamente, o outro pré-candidato não aceitou disputar, como aconteceu em todo Brasil, a exemplo de Fortaleza.
Por fim, foi sugerido pelo Grupo de Trabalho Eleitoral a realização de uma pesquisa para verificar a situação de momento dos postulantes do PT. Ficou estabelecido que as direções estadual e municipal, mais as representações dos pré-candidatos, sugeririam institutos para a realização de pesquisas quantitativas e qualitativas. Mais uma vez, o outro pré-candidato desrespeitou as instâncias, não atendeu nem participou das reuniões preliminares de preparação da pesquisa. E, o que considero um insulto aos dirigentes do PT da Paraíba, só aceita a realização da pesquisa se a mesma for feita por um instituto indicado por ele.
Em razão desses acontecimentos, decidi depois de amplas consultas à lideranças petistas, não autorizar que meu nome seja aposto em qualquer pesquisa com a finalidade de aferir quem será o candidato a prefeito do PT em João Pessoa. Como sempre, reivindico que as resoluções e o estatuto do partido sejam respeitados. Volto a repetir: confio no projeto do PT, respeito suas instâncias e as deliberações, mas não aceito ser desrespeitada nem aceito que desrespeitem os dirigentes do PT da Paraíba e de João Pessoa. Não abro mão dos meus princípios, que coincidem com os princípios que fizeram do PT – repita-se – o mais importante e popular partido brasileiro.
@politicaetc